Resenha
Recebi a obra em 2023, na época do lançamento, em uma VIB (Very Important Book) encaminhada pela @editorarecord. A caixa continha a obra, adesivos, marcadores e itens que tem a ver com a trama.
Na época, fiz o unboxing, tirei as fotos para as divulgações, editei tudo, mas não li e, consequentemente, não fiz a resenha. Por que? Estava com certo receio… Explico.
Eu já conhecia a narrativa de Adrian McKinty. O primeiro livro que li do autor foi “A corrente” cuja premissa adorei, mas o desenvolvimento me decepcionou. Por esse motivo, estava com um pé atrás para leitura de “A Ilha” e demorei um pouco a decidir ler. Bem… Que bom que eu li.
Na obra, o autor entrega aos leitores uma obra intensa e alucinante. As primeiras páginas são mais lentas, levando o leitor a conhecer uma família americana em férias na Austrália. As coisas começam a engrenar logo após a chegada dos protagonistas à ilha: e depois que a história começa a acelerar, não para mais.
“Agora pode ser que você nunca mais volte para casa”
O thriller é uma verdadeira jornada por sobrevivência, repleta de mistérios e reviravoltas. A experiência literária é envolvente, mas preciso salientar que, para alguns, a violência presente na trama pode ser impactante, despertando gatilhos. Portanto, não é para leitores sensíveis à violência explícita.
A narrativa é habilmente construída, apresentando os moradores do local de uma forma que desperta a curiosidade de quem está lendo. Toda ambientação construída tornam o cenário perfeito para um enredo de suspense. O autor não pesa nos detalhes, mas confere ao texto a medida certa para conduzir o leitor pela trama que o desafia a desvendar segredos enquanto enfrenta dilemas perturbadores junto com os personagens.
Por falar em personagens, cada um é uma peça crucial no enredo, criando uma atmosfera que instiga a curiosidade. Eles são profundos e multifacetados, e considero que são um dos pontos altos do livro. A protagonista possui camadas que vão se revelando página a página. Foi muito interessante vê-la crescendo à medida que o desespero e o instinto de sobrevivência iam escalando.
Com relação aos coadjuvantes, creio que faltou um pouco de desenvolvimento para a maioria deles, mas funcionaram para o enredo. Só ficou a sensação de querer saber mais e de que poderia ter sido ainda melhor.
A escrita envolvente de McKinty contribui para a imersão na narrativa, criando imagens vívidas que transportam o leitor para as paisagens áridas, intensas e sombrias da ilha.
Em resumo, não me decepcionei com o autor dessa vez, pois “A Ilha” é uma obra que realmente entrega o que promete como thriller e, diferentemente de “A corrente”, tem uma história amarrada e sem tantas coincidências que estavam ali apenas para fazer a trama andar. Recomendo a leitura para os amantes do gênero que buscam uma narrativa imersiva.
Adrian McKinty nasceu e cresceu em Belfast, na Irlanda do Norte. Estudou filosofia na Universidade de Oxford antes de se mudar para Nova York em meados dos anos 1990. Seu livro de estreia, Dead I Well May Be, publicado em 2003, foi finalista do Gold Dagger Award e do Edgar Award. Em 2011, depois de se mudar para a Austrália com a esposa e as filhas, McKinty começou a publicar a série Sean Duffy, aclamada pela crítica. Em 2019, depois de virar motorista de Uber e quase desistir da carreira de escritor, publicou o premiado best-seller internacional A corrente, que figurou em quase trinta listas de melhores livros do ano, incluindo a da Time, e foi publicado no Brasil pela Editora Record. Os livros de McKinty foram traduzidos para mais de trinta idiomas e ele ganhou o Edgar Award, o International Thriller Writers Award, o Ned Kelly Award (três vezes), o Anthony Award, o Barry Award, o Macavity Award e o Theakston’s Old Peculier Crime Novel of the Year Award.
Já leu o livro? O que achou? Me conta aí nos comentários!
Deixe um comentário