O Retrato de Dorian Gray

Ficha Técnica

Autor: Oscar Wilde
Gênero: Clássico/Romance/Horror
Série: livro único
Nº de Páginas: 300
Editora: ‎ Civilização Brasileira
Edição: 1ª edição (Jul/2022)
Acabamento: Brochura


Sinopse

“Não há livros morais nem imorais. Os livros são apenas bem ou mal escritos”, do prefácio de Oscar Wilde.

O Retrato de Dorian Gray é a história de uma pintura maldita que se degrada com a passagem das décadas, deixando o homem que foi retratado intocado pelo tempo.

Nestas páginas, o artista Basil Hallward, o jovem e belo Dorian Gray e o lorde Henry Wotton, seu mentor, conduzem leitoras e leitores pelos prazeres do corpo e do espírito, propondo reflexões sobre os limites do hedonismo. As cenas e os diálogos revelam o próprio gênio de Oscar Wilde – por vezes paradoxal –, que não se furtou a imprimir nos personagens seus predicados pessoais.

Tenho inveja de todas as coisas cuja beleza não pereça. Tenho inveja deste meu retrato que você pintou. Por que lhe é dado conservar o que hei de perder? Cada momento que passa tira-me alguma coisa e dá alguma coisa a ele. Oh, se fosse o contrário! Se o retrato pudesse mudar e eu ficar sempre tal qual sou agora! Por que o pintou? Ele zombará de mim um dia, zombará cruelmente.

Resenha

O Retrato de Dorian Gray é uma daquelas obras que marcam a história da literatura. O enredo, que aborda temas como a imortalidade, perfeição e moralidade causou polêmica antes mesmo de sua publicação. Foi considerado imoral pela sociedade da época, carregada de puritanismo e apegada a valores rígidos.

A história centra-se em Dorian Gray, um homem jovem e muito belo, que é retratado pelo artista Basil Hallard.

Ao contrário de muitas histórias do período, aqui temos um livro escrito no século XIX com uma premissa simples, direta, de fácil entendimento e com uma narrativa que flui sem maiores percalços.

A força do livro está em seus personagens, na exploração de fatores psicológicos e no aprofundamento de suas personalidades. Dorian Gray, por exemplo, é um protagonista mesquinho, egoísta, que não percebe a influência e o fascínio que gera em outras pessoas. A princípio, ele se projeta como um rapaz profundo, apaixonado pela arte e pela vida, porém ao primeiro sinal de contrariedade, a frustração o faz se revelar de forma impiedosa. E é através dessa forma de comportamento que vemos o desdobramento da trama.

Para mim, foi uma leitura muito rápida, mesmo que eu não tenha conseguido me apegar aos personagens. Li com certa distância e na maior parte do tempo a obra me despertou raiva. E isso é bom. Livros que são capazes de despertar os nossos sentimentos mais primitivos são aqueles que conseguem nos alcançar de forma verdadeira.

Ouso dizer que talvez seja justamente por explorar tão bem o aspecto humano que Oscar Wilde tenha tornado sua obra atemporal. Considerado “indecente” em 1980, tendo sido editado para se adequar melhor à sociedade, O Retrato de Dorian Gray sobreviveu ao crivo do tempo e se tornou um clássico.

Mais do que recomendo. Creio que seja uma obra que deva fazer parte de toda biblioteca pessoal e que todo leitor, uma vez na vida, deva mergulhar nessa história que, mesmo com mais de um século, aborda aspectos da humanidade que continuam, e continuarão, atuais.

Só para reforçar: recomento! Demais! Leia!

Oscar Wilde (Dublin/Irlanda, 1854 – Paris/França, 1900) foi escritor, poeta, dramaturgo e dândi. Residente em Londres e, à época, autor aclamado, Wilde viu sua reputação arruinada após a acusação de “sodomia” por parte do pai de seu amante. No julgamento, sua obra-prima O retrato de Dorian Gray foi utilizada como prova de suas “tendências homossexuais”. Condenado a dois anos de prisão e trabalhos forçados, Wilde caiu em ostracismo diante de uma sociedade intolerante a existências homoafetivas. Intelectual e artista refinado, buscou viver com a mesma paixão dedicada às suas criações. Faleceu prematuramente, falido e abandonado por amigos e familiares, que não suportaram o escândalo de sua condenação. Apesar do desfecho trágico, a figura de Oscar Wilde resiste potente e viva, especialmente, em O retrato de Dorian Gray. Um clássico que não foi apagado pela recepção conservadora e homofóbica de seu tempo.

Já leu o livro? O que achou? Me conta aí nos comentários!

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