Ficha Técnica
- Autora: Nancy Tucker
- Gênero: Thriller
- Série: livro único
- Nº de Páginas: 322
- Tradução: Alexandre Boide
- Editora: Verus
- Edição: 1ª edição (Maio/2022)
- Acabamento: Brochura
Sinopse

Chrissie tem oito anos e um segredo: acabou de matar um menininho. A sensação fez sua barriga borbulhar como refrigerante. Seus amigos estão tristes, e as mães da vizinhança, aterrorizadas.
Quase vinte anos depois, Chrissie agora se chama Julia e vive bem longe do lugar onde cresceu. Julia está tentando ser uma boa mãe para sua filha, Molly, de cinco anos.
Ela está sempre preocupada: com o dinheiro para comprar comida e material escolar, com o que as outras mães pensam dela. Acima de tudo, ela se preocupa que o conselho tutelar esteja prestes a levar Molly embora.
É por isso que os telefonemas ameaçadores são tão aterrorizantes. O passado está batendo à sua porta, e Julia teme perder a única coisa com a qual se importa: sua filha.
É hora de encarar a verdade: o perdão e a redenção são possíveis para alguém que cometeu o pior dos crimes?
Resenha
Tenso e angustiante. São as duas primeiras palavras que passam por minha mente quando penso no que li. Cada página causa no leitor sentimentos variados e nenhum deles é bom: raiva, nojo, angústia, pena, incredulidade… A lista poderia seguir cheias de palavras intensas que jamais conseguiriam refletir as reações que podemos ter ao ler a história de Chrissie.
É aterrorizante estar na cabeça de uma criança psicopata. A falta de empatia e a naturalidade como ela reage de forma agressiva ao mundo a sua volta é de revirar o estômago. Não é um livro fácil de ler, e olha que já estou acostumada com o tipo de leitura, e mesmo assim devorei. Li correndo porque queria saber o que vinha depois.
A autora consegue imprimir uma narrativa tensa e meticulosa, abordando a infância conturbada e negligência sofrida pela protagonista. Nancy Tucker torna tudo mais envolvente quando os pontos de vista alternados da personagem causam tanto contraste: como Chrissie na infância e Julia adulta e com nova identidade. A quebra da linha do tempo faz com que o leitor precise ler sempre mais um capítulo para saber o que aconteceu. Dessa forma, a história flui muito bem.
Os pontos de vista são bem marcados por personalidades distintas de uma mesma pessoa: a perturbadora voz de uma criança que não possui sentimentos que não a raiva e inveja, contrastando com a melancólica de uma adulta que entende o que fez na infância foi imperdoável.
É uma obra muito boa, porém deve ser lida com cuidado. Cada página nos remete a gatilhos de abuso, abandono parental, violência física e psicológica, tornando a história difícil de ser lida sem o devido cuidado. Não recomendo para menores de idade de forma alguma, mas para adultos, é uma excelente pedida para amantes de thrillers psicológicos.
Nancy Tucker é formada em psicologia pela Universidade de Oxford. Autora de dois livros de não ficção, ela trabalha na área da saúde mental na Inglaterra. O primeiro dia da primavera é seu romance de estreia.

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