Resenha – Livro Rebelde, de Bernard Cornwell

Para fãs de ficção histórica e aventuras intensas, “Rebelde” é um prato cheio! Adoro a escrita de Bernard Cornwell. Ele é um verdadeiro mestre do gênero e nos transporta para um dos períodos mais caóticos da história: a Guerra Civil norte americana. O livro, primeiro da série Crônicas de Starbuck, é a mistura perfeita de ação, intrigas e personagens bem construídos, que te prendem desde a primeira página.

O protagonista é Nathaniel Starbuck: um jovem americano cujas divergências com seu pai, um renomado e famoso pastor, o levam a se rebelar sem uma causa determinada. Essa fuga de suas origens em busca de se distanciar de um destino que o levaria a ser uma versão mais jovem de seu pai o levam a se juntar aos sulistas escravocratas na Guerra da secessão.

Os personagens são cheios de camadas e em nenhum momento temos mocinhos e vilões. Em vários momentos a moral do protagonista é claramente duvidosa, mas de forma misteriosa acabamos torcendo por ele em alguns momentos. É um sentimento estranho, confesso. Imagino que só você lendo para entender.

O enredo é interessantíssimo e a ambientação é maravilhosa, mas o grande trunfo de Cornwell sempre esteve em sua habilidade em descrever batalhas: você sente o cheiro da pólvora, o medo, a adrenalina e até o peso dos uniformes. Ele descreve tudo com uma riqueza de detalhes impressionante, mas sem tornar a leitura cansativa. É capaz de transfor a guerra em uma experiência visceral, te fazendo enxergar o que Starbuck vê e sentir o que ele sente.

É uma guerra sem glamour. A violência, a dor e as incertezas estão presentes de forma crua e realista.

Além da ação, “Rebelde” também explora temas profundos, como lealdade, coragem e identidade. Starbuck é um personagem complexo, que carrega muitas dúvidas, e isso o torna incrivelmente humano. Em meio ao caos da guerra, ele busca entender quem é e descobrir o seu próprio caminho. O leitor é capaz de ver, claramente, que sua jornada é tanto interna quanto externa.

Recomendo? Totalmente! “Rebelde” é aquele tipo de livro que vai te fazer pesquisar sobre o período e entender melhor as batalhas. Os próximos já estão me olhando aqui na estante, esperando o momento em que serão lidos!

Para os leitores que acompanharam o primeiro livro, o enredo mantém a ligação entre a história anterior, trazendo de volta personagens conhecidos e continua a explorar suas vidas paralelamente, mesmo que de forma superficial. Gosto quando isso acontece, pois essa conexão entre os volumes fortalece o desenvolvimento da série como um todo, criando uma sensação de continuidade.

Recomendo demais para quem gosta de romances contemporâneos onde o dever entra em choque com o desejo, e histórias de amor que desafiam convenções sociais, porque Jogos do Amor entrega exatamente isso.

Bernard Cornwell é um dos maiores autores britânicos da atualidade. Um ficcionista histórico apaixonado por narrativas militares e criador de personagens memoráveis. Sua narrativa se destaca por imergir os leitores no dia a dia de tempos passados. Os detalhes históricos são impecáveis e as tramas prendem a atenção por horas a fio.

Cornwell nasceu em Londres e foi criado em Essex, por pais adotivos. Trabalhou por dez anos na BBC antes de se tornar escritor. Em 1979, mudou-se para os Estados Unidos, onde vive até hoje. Não perdeu, porém, o fino humor britânico e o interesse por conflitos mundiais famosos, que se reflete em sua enorme coleção de mapas antigos.

A primeira saga que o autor começou a escrever foi As Aventuras de Um Soldado nas Guerras Napoleônicas . É autor de outras consagradas séries, como As crônicas de Artur , A busca do Graal e Crônicas saxônicas , esta última tendo inspirado a série The Last Kingdom da Netflix.

No Brasil, a obra de Bernard Cornwell é publicada exclusivamente pela Record.

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